Aquele
moço estava preocupado com o que se tornara. Com o passar do tempo
muitas coisas já não lhe faziam sentido. Conhecera pessoas que lhe
tentaram abrir os olhos para que ele pudesse encontrar um sentido no
que acontecia em sua vida.
Não
entendia como tudo parecia tão complicado para ele, enquanto para
tantas outras pessoas as coisas tomavam formas mais simples e de
fácil compreensão.
É estranho quando as pessoas não encontram um lugar seguro dentro de
si e ao mesmo tempo é apavorante saber que não se sabe tudo e
perceber que muito do que aprendemos se desviou nos caminhos da
mentira e falsidade.
Aquele
jovem é um médium do qual estimo muito afeto e admiração. Embora
convivesse em meio as sombras, seus sentimentos eram os melhores
possíveis e por este motivo é que estava forte e ainda em pé,
firme nos seus ideais de ser humano.
Aprendera
a ser digno e honesto; aprendera a ser amigo e companheiro; aprendera
a lutar e a calar; aprendera a aceitar as diferenças.
Desde
pequeno acompanhara os aprendizados sobre sua religião, aquela em
que mais tarde desenvolveria sua mediunidade e lhe esclareceria suas
dúvidas em relação à vida e à morte. Parte de seu íntimo
gostaria, sim, de desenvolver e continuar os trabalhos mediúnicos
ajudando a quem necessita, mas sua outra parte não concordava com a
forma de trabalho realizada na casa de religião que frequentava.
Algumas ideias daqueles dirigentes iam contra as suas ideias
particulares. O jovem não concordava com sacrifícios, com trabalhos
com sangue... Mas lhe diziam que era necessário, que seria
prejudicado caso não realizasse os rituais que lhe impunham. Não se
sentia a vontade com a pressão imposta, também não queria ofender
nenhuma daquelas pessoas. Gostava da religião, acreditava nela,
porém o que lhe parece forçado lhe parece incorreto.
Frequentou várias casas de religião como consulente, observava com atenção a
forma de trabalho de cada casa, gostou de algumas, em outras se
sentia incomodo. Com o tempo começou a passar mal, sentir-se
revoltado e insatisfeito com sua vida, com suas ideias, com sua
família, com seus poucos amigos. Sabia estar sempre acompanhado por
aqueles considerados com carinho como seus guias. Esses, por sua vez,
tentavam ajudar da melhor forma seu filho tão querido. No plano
astral emanavam energias a fim de protegê-lo, sussurravam em seus
ouvidos palavras de conforto, de amor, de afeto, de carinho... Mas o
jovem não ouvia... O jovem raramente sentia...
Na
casa em que trabalhava disseram-lhe que aquilo ocorria justamente
porque ele não estava cumprindo com seu papel de médium trabalhador
e que as entidades estavam revoltadas com sua falta de compromisso.
Ele revoltou-se ainda mais, teve um misto de medo e covardia que não
sabia explicar e em meio à dúvida, desistiu dos trabalhos nas
sessões.
Infelizmente
este rapaz que muita gente poderia estar ajudando, está estacionado
em seus medos de apostar no que realmente lhe parece correto. E o
correto não é esta ou aquela religião, este ou aquele
mandamento...
O
correto é que NENHUMA entidade de LUZ se manifesta para prejudicar
um filho... O correto é que temos o nosso livre arbítrio e podemos
realizar ou não os rituais exigidos, mas as entidades de luz não
serão a favor nem contra, estarão sempre ao lado de quem realmente
deseja fazer o bem sem olhar a quem. O correto é que espíritos
iluminados não necessitam de oferendas, nem de agrados, nem de
sacrifícios para realizarem esta ou aquela obra... Isso porque são
entidades elevadas, entidades puras, com energias positivas e sem
nenhuma, absolutamente nenhuma fixação material ou terrena. Muitas
pessoas por seu grau de evolução espiritual carregam consigo
entidades menos evoluídas, que procuram se manifestar de alguma
forma, e acabam dominando o médium a ponto de que ele realize todas
as suas vontades e desejos e para isso fazem exigências e, através
do medo e chantagens buscam adquirir as coisas as quais ainda estão
apegados neste plano. Essas entidades menos evoluídas se manifestam
em médiuns através de sua afinidade energética, que é gerada
pelas atitudes, personalidade e pensamentos do médium... Ou seja,
somos como imãs e atraímos energias boas para perto de nós se
estivermos sentindo bem, se carregarmos sentimentos e pensamentos
bons, e atrairemos energias ruins para perto de nós se carregarmos
sentimentos e pensamentos negativos... Essas energias são as que se
afinarão com entidades de luz ou menos iluminadas (dependendo sempre
da energia afim), as quais conseguirão se manifestar através dessa
ligação magnética que geramos a todo o momento em torno de nós.
Este
rapaz possui esse conhecimento sobre energias, sobre entidades, e
muito bem esclarecido está sobre o assunto religião. Ele possui seu
ponto de vista particular e sua opinião está muito bem definida,
embora ainda reste a dúvida sobre os trabalhos e sua maneira de
realização. Gostaria de continuar, mas a lembrança de tudo o que
ocorreu e o medo de magoar alguém lhe aflige o peito. Não quer
prejudicar e nem ser prejudicado, embora ele saiba que muitos
tentaram derrubá-lo.
Mensagem
de um Amigo Guardião
“A
você meu filho, que hoje lê essas singelas palavras e se reconhece
nesta história, ao sentir-se perdido ou com medo, lembre-se de que,
Aqueles que o protegem estão sempre ao seu lado.
Acompanhei-o
durante um bom tempo, acompanhei-o como amigo e guardião de seu
espírito... Sussurrei palavras em seus ouvidos.
Sim,
se há dúvida, é melhor parar para refletir um pouco sobre as
verdades da caridade... Seja coerente e busque encontrar aquilo que
lhe parecer plausível acreditar...
Embora
você muitas vezes ignore o fato de que estamos ali lhe auxiliando,
acredite no que existe dentro de você. Não se deixe abater por
princípios e teorias que não fazem sentido... A espiritualidade
rege a simplicidade, não há planos mirabolantes para aqueles que
não seguem uma conduta que “outros” julgam normal ou exata...
Siga sempre seus princípios, aprenda conceitos novos, tente desfazer
os misticismos que tantos tentam colocar como barreiras para que você
acabe cumprindo ordens descabidas e sem cunho moral algum. É tudo
muito simples... Você desenvolve entidades boas e realiza trabalhos
bons, que ajudam quem realmente precisa, ou você desenvolve
entidades atrasadas que se propõem a realizar qualquer tipo de
trabalho a fim de conseguir suas regalias neste plano cheio de vícios
e defeitos. A escolha é sempre sua e nunca das entidades... Você
escolhe quem são seus amigos, quem andará ao seu lado... Você
decide as coisas da sua vida, por isso ela lhe pertence... Basta você
pensar e decidir, a mudança deve vir de você...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário